quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Agora eu não me sinto tão egoísta.
Minha vida ja não é mais minha e meus pensamentos ja não sao mais meus, pouco me importo comigo agora.
Só o que vem a minha mente a todo instante é o que se passa além do que posso ver.
E esse choro agarrago na garganta, parece que ainda nao é hora e é o que me deixa mais angustiada.

Eu ainda quero viver esses momentos bons, os que vem depois do agora.
Eu realmente achei que não fosse chorar, que essa fase ja tinha se acabado, que eu era imune.
E esse sofrer me trás a felicidade que eu achei que ja tinha se perdido a passos passados.
E eu já não fico me perguntando onde estará a morfina. 
Me descobri viva a beira da morte lembrando da vida nos últimos minutos, percebendo o quanto eu fiz e o quanto deixei, e essa balança nem parece se mover o agora pesa mais em ambos os pontos.
E eu vou me lembrando de quantas vezes isso já me aconteceu e eu implorei pra desligarem as máquinas. 
E sempre saí respirando numa máscara de oxigênio, me segurando no desejo da próxima vez, só pra me certificar de que minha alma não havia ficado pra trás.
Egoísmo seria não voltar, não tentar e não querer viver com medo da morte.







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